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Assim como toda infraestrutura de um bairro, fica também por conta da loteadora fazer a implantação da rede de esgoto. A ligação vai conectar as tubulações do vaso sanitário, pias, tanques e ralo da sua casa e comércio à rede pública. Assim, o esgoto não vai correr a céu aberto e terá o destino certo, que são as estações de tratamento.
Parece ser algo bem comum em todas as moradias, mas não é. Segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS), nos últimos 5 anos, foi gasto cerca de R$ 1 bilhão com doenças por falta de saneamento básico, como diarreia, hepatite, amebíase e esquistossomose, causadas pela ingestão de água e alimentos contaminados, e até mesmo a dengue, mais ligada às condições insalubres do local.
O projeto de rede coletora de esgoto de um novo loteamento é criteriosamente estudado, levando em conta o local do empreendimento. São observados vários pontos como, por exemplo, as declividades das quadras e lotes, das vias, se a rede será projetada no viário e em qual posição, se será projetada no passeio, qual o tipo de tubulação usada e a distância entre os poços de visita (PV), que são as câmaras que permitem as visitas de técnicos para inspeção e trabalhos de manutenção preventiva ou corretiva da rede.
Tudo é feito seguindo as diretrizes da concessionária de saneamento da cidade. É ela que, depois de tudo pronto, recebe a obra da loteadora para fazer a manutenção. Para isso, precisa ter o projeto de rede de esgoto completo em mãos, para saber as características do trabalho desenvolvido, como profundidade, diâmetro e material usado, entre outros.
Depois que o loteamento é entregue, cabe a cada morador fazer a conexão do imóvel à rede pública de esgotamento sanitário. É importante ficar atento, porque é bem comum obras em que o esgoto é ligado à rede pluvial e vice-versa. Com a vistoria da concessionária, esse erro deve ser prontamente corrigido, senão é aplicada multa, além de ter que refazer toda mão de obra, com retirada de piso, etc. Um gasto que pode ser evitado lá no início.
O cidadão deve ter em mente ainda que a rede de esgoto da casa não é lixeira. Ações como jogar absorvente e papel higiênico no vaso sanitário e cascas de verdura e fruta no ralo da pia vão causar entupimento na rede particular. Por isso use sempre proteção nos ralos.
O mais indicado ao fazer a conexão residencial ou comercial é primeiro entrar em contato com a companhia de saneamento da sua cidade, já que as exigências para a solicitação de ligação na rede de esgoto podem variar de uma prestadora de serviço para outra. Toda prestadora exige, por exemplo, que o proprietário do imóvel instale uma caixa de inspeção dentro do terreno, para que seja feita manutenção e desobstrução sem destruir o piso. Pode ser preciso instalar também uma caixa de gordura e um dispositivo tubular de inspeção (DTI) na obra.
É importante usar canos com as dimensões adequadas, de preferência feitos de PVC, e para um bom escoamento dos dejetos, instale a rede com uma declividade de no mínimo 1%. Em caso de dúvida, a própria concessionária local pode esclarecer o cidadão, pois os profissionais têm o projeto da rede de esgoto completo que foi construído e entregue pela loteadora.
Depois que os dejetos do imóvel são lançados na estação de tratamento de esgoto (ETE) da cidade, o material passa por várias etapas para ser despoluído e devolvido ao meio ambiente. Esse processo leva cerca de 20 dias, tanto na fase líquida e sólida, para que sejam retiradas todas as impurezas. A parte nociva é levada comumente ao aterro sanitário.