Com a pandemia, empresas descobrem como o home office pode ser produtivo


O trabalho remoto deve ser uma tendência após o fim do isolamento social

Mesmo com o comércio em funcionamento em Uberlândia, seguindo normas de segurança contra a Covid-19, algumas empresas decidiram manter os funcionários trabalhando em casa ou indo ao escritório, somente quando necessário, em sistema de revezamento. Graças à tecnologia, as mudanças para se cumprir o isolamento social puderam ser mantidas e trouxeram algumas descobertas. O home office, por exemplo, apesar de não ser uma novidade, passou a ser adotado pela primeira vez em alguns lugares e tem se mostrado mais eficiente do que se imaginava.

Na loteadora de Uberlândia onde Aline Pettersen é gerente de projetos é a primeira vez que se adota o sistema home office. Alguns colegas da sede de São Paulo já faziam o serviço remoto, devido às longas distâncias na capital paulista. Mas como a empresa de 83 anos já vinha se adaptando às novas tecnologias, foi possível manter os funcionários em casa também em Uberlândia e eles estão surpreendidos com a novidade. “Acho que estou trabalhando até mais do que no escritório. Lá na empresa, às vezes, a gente dispersa ou conversa com o colega. A gente já usava videoconferência com o pessoal de São Paulo. Agora, segue do mesmo jeito, só que de casa. Até a reunião mensal com a diretoria, que era presencial, passou a ser virtual”, disse Aline.

Além de ter comprado notebook para todos os colaboradores, já que computador com desktop é mais complicado de levar pra casa, a empresa instalou uma ferramenta que gerencia todos os contratos e o cliente pode assinar o documento de onde está, sem se deslocar. As terças e quintas, a equipe se reveza para ir ao escritório e, para isso, a empresa disponibilizou ainda aplicativos de transporte para garantir segurança dos funcionários que precisam de ônibus para se locomover. “Nos stands de vendas, estamos atendendo com hora marcada, para evitar aglomeração, mas o resto, estamos conseguimos passar as informações por email, telefone e redes sociais. Está tranquilo”, completou Aline.

Desde o início da crise, uma empresa de software para óticas também adotou o home office para 100% da equipe. Os colaboradores puderam levar cadeiras, computadores, descanso de pé e todo o material necessário para desempenhar o trabalho. “Essa foi uma maneira que encontramos de oferecer conforto e condições para que todos pudessem trabalhar em segurança”, explicou Roberto Viana, um dos sócios.

O novo formato, segundo o empresário, possibilitou vivenciar aprendizados importantes e perceber que a crise também tem espaço para inovação. O desafio de manter o time engajado, segundo Viana, foi superado. Logo nas primeiras semanas, a maioria dos colaboradores se uniu para apoiar os clientes e também ajudá-los a superar esse momento difícil. A prova disso, foi o lançamento da Vitrine Online, uma página disponibilizada para que os donos das óticas possam divulgar os produtos e vender de forma remota para os clientes. “Essa nova funcionalidade foi desenvolvida com o objetivo de ajudar as Óticas a venderem neste momento de crise, mesmo se estiver com as portas fechadas”, explicou Viana.

Larissa Mendes, psicologia organizacional e tech business partner de uma startup que ajuda empresas tradicionais a entrarem no mundo digital, acredita que em uma situação normal, fora do contexto de pandemia, adotar o home office duas ou três vezes é uma tendência que a grande maioria das empresas deve adotar após a pandemia. “Eu tenho certeza que muitas empresas vão usar depois, até mesmo como um benefício para o funcionário, seja quando a mulher deu a luz, para ficar mais um período em home office para amamentar o bebê, por exemplo. Essas empresas mais tradicionais estão percebendo essa possibilidade agora”, afirmou Larissa Mendes.

Na própria empresa onde Larissa trabalha, a especialista disse que o funcionário sempre teve a flexibilidade de trabalhar em casa no dia que achar melhor, mas para ela, o ideal é ir, pelo menos, duas vezes ou três semana na empresa, quando o coronavírus for controlado. “As pessoas sentem necessidade de estar próximas umas da outras, de compartilhar dificuldades e boas práticas. É por meio da relação com o colega que conseguimos ter ideias mais inovadoras e criar um projeto legal. Essas interações são importantes e ficando só dentro de casa isso não acontece”, disse a business partner.


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