Nesse Dia Mundial da Arquitetura, em meio a uma pandemia que criou uma série de dúvidas acerca dos nossos hábitos, arquitetos e urbanistas no mundo todo se movimentam para encontrar soluções. Afinal, a vida nas ruas e dentro de casa nunca exigiu tantas adaptações.
Tudo ficou junto e misturado. O trabalho foi para dentro de casa e divide espaço com a escola das crianças, a academia, o lazer e alimentação. Em algumas cidades, onde o distanciamento social já é mais flexibilizado, as praças e parques ao ar livre se tornaram a única alternativa para explorar o mundo lá fora. Com isso, arquitetura precisa ser ainda mais didática e oferecer novas possibilidades de uso para lugares antes indiferentes no dia a dia.
Para as profissionais do Departamento de Arquitetura da ITV Urbanismo, Daniella Ribeiro e Laiza Cunha, é um momento de desafio para a área. Segundo Daniela, arquitetura precisa agora criar ambientes multiusos dentro das casas e urbanizar as áreas públicas de lazer. “A ideia não é entregar uma praça gramada, por exemplo, mas uma praça com equipamentos em condições de uso, academias ao ar livre, pistas, o lugar de brincar, o lugar de estar e o lugar de esporte”, explica.
De acordo com Laiza, essa já é uma preocupação que a ITV Urbanismo tinha nos projetos antes mesmo da pandemia, desde a Praça do Jacaré, no loteamento Vida Nova em Uberlândia, mas agora é uma prioridade pensar onde as pessoas vão querer viver depois do período de isolamento. Entre as tendências seguem as ciclovias, calçadas mais largas, arborização de espaços públicos e bairros planejados, com comércio e serviços mais próximos de casa.
Do lote para dentro, aqueles que trabalham com arquitetura de interiores também precisaram inovar. O arquiteto Luiz Márcio Carvalho, de Uberlândia, recebeu pedidos de reforma no meio da pandemia e confirma essa necessidade de adaptação de quem está passando muito mais tempo dentro de casa. “As pessoas estão cansadas desses espaços fragmentados. Elas querem agora um conceito novo, com ambientes que representam a realidade atual. Com a arquitetura, é possível melhorar muito a qualidade de vida”, explica Carvalho.
Em março, ainda no início da disseminação do vírus no país, o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) fez uma espécie de cartilha com ações para reduzir o contágio da Covid-19. Veja algumas medidas fáceis de serem adotadas em casa e no trabalho e indicadas pelos profissionais.
Ventilação Natural – O ambiente interno contribui para a proliferação de qualquer tipo de bactéria, germe inclusive o vírus corona. Ambientes ventilados é sinônimo de ambiente seguro.
Ar interno – Purificador de ar de preferência com luz ultra violeta, carvão ativado e filtro HEPA de maior eficiência. Esse cuidado aniquila bactérias, germes e vírus do ambiente.
Local para os sapatos – Separar um local na entrada da casa ou do trabalho para os sapatos, pois esses carregam germes do ambiente externo para o ambiente interno.
Na entrada de casa – Adaptar uma prateleira ou mesa para colocar álcool gel para limpeza das mãos e maçanetas. Assim a limpeza não será esquecida ao entrar em casa.
No banheiro ou lavabo – Instalar torneiras com alavancas que permitam o acionamento da água por meio do cotovelo ou pelo movimento das mãos. Colocar papel toalha pra evitar toalha de tecido.
Banheiros individuais – Separar um sanitário da residência para uso exclusivo do idoso, mantendo controle diário de higienização e desinfecção.
Iluminação – Promover a iluminação natural para produção da vitamina D, com a retirada de cortinas e com janelas mais amplas.
Lavanderia – Abrir um ponto de água só para lavar sapatos e roupas que entram em contato com a rua.
Fonte: Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil