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Com a desvalorização do real, a instabilidade das bolsas de valores e a queda histórica da Selic (taxa básica de juros), os investidores estão vendo no mercado de loteamentos brasileiro uma alternativa segura para aplicar e fazer o dinheiro render. Mesmo em um cenário de pandemia mundial como o atual, segundo especialista em economia e os próprios compradores, os lotes tendem a valorizar a longo e médio tempo, como sempre foi.
Para o professor e pesquisador do Instituto de Economia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Fábio Terra, é muito difícil o investimento em terrenos dar errado, pois a tendência é que a área loteada se valorize cada vez mais com o passar dos anos. “As ruas não vão sumir dali, nem os empreendimentos comerciais. Pelo contrário, a tendência é ocorrer a expansão urbana, com a criação de pontos de ônibus, parques, praças, conforme a área se torna popular. Isso valoriza o lote e multiplica o capital nele investido”, afirmou o doutor em economia do desenvolvimento.
Outro ponto positivo de se investir em lotes e que chama ainda mais a atenção de investidores é o rendimento. Os terrenos geralmente são comprados por um preço abaixo do mercado, principalmente quando a área ainda está em expansão. Por isso, com o tempo, esse valor cresce muito mais do que quando se compra uma casa ou apartamento prontos, pois esses têm um teto de valorização por estarem localizados em um empreendimento já concluído.
Foi o que aconteceu com o construtor Nicholas Duarte. Há 16 anos, ele comprou um lote por R$ 80 mil, no bairro Santa Mônica, na zona leste de Uberlândia e hoje, o bem está cotado em R$ 700 mil, segundo ele. Mesmo morando no Canadá, ele aproveitou o momento de desvalorização do real para voltar a investir no mercado imobiliário brasileiro. Recentemente, ele comprou 8 terrenos no loteamento Bem Viver, no bairro Novo Mundo, também na zona leste da cidade. “Hoje eu alugo a área do Santa Mônica por R$ 2 mil e vou começar a construir em 3 lotes do Novo Mundo. Na hora de escolher qual lote comprar, vale observar o projeto da loteadora, a localização, a facilidade de acesso e até mesmo a posição do sol”, afirmou Duarte.
O presidente da Associação das Empresas de Loteamentos e Desenvolvimento Urbano do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba e CEO da loteadora ITV Urbanismo, responsável pela construção do Bem Viver Uberlândia 2, na zona sul de Uberlândia, José Eduardo Ferreira, a tendência de optar por lotes para investir o dinheiro guardado pode ser observado devida à redução do estoque da loteadora, antes mesmo do empreendimento ficar pronto. “Isso significa que o mercado continua aquecido, principalmente por os preços estarem a um bom tempo sem ajustes. É o momento de tomar decisões. Quando se compra antes do loteamento ser entregue, você encontra preços bem mais em conta ainda”, afirma Ferreira.